sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ensaios da Rotina ø

È engraçado como o mundo muda rápido, as estações passam, o verão começa e termina de novo, sem notarmos. Pessoas passam pelas nossas vidas, algumas permanecem ali, na memoria e com o gostinho de saudade no coração, outras são indiferentes, ou se tornaram indiferentes. Você vive ou viveu pelos instintos, se preocupa ou não com o amanhã... pode permanecer dias pensando e pensando mas nunca chega ao denominador final, o tempo passa sim, mas a velocidade dele é relativa. A intensidade dos dias é relativa, as suas relações são relativas, você depende de alguém e essa pessoa depende de você, interdependentes. Mesmo que se queira, ninguém mais consegue viver ilhado, estamos em um gigantesco formigueiro. Com rainhas , soldados e operários, cada um com seu papel milimétricamente realizado. È a ordem de papeis sociológicos que permite que as ações aconteçam harmonicamente programadas, robóticos e apolitos é o que a rotina nos tornou, corrupção não nos impressiona mais, violência não nos amedronta mais, pessoas morrem na esquina de nossas casas, mas mesmo assim... não há mais traumas. O amor não é mais real, o que acreditamos ser o amor, é a procura doentia por alguém melhor sempre, o problema é, há alguém? ou estamos cegos? as relações interpessoais se degradaram, vivemos a época do fast tudo, estamos esquecendo, ou não temos mais consciência que o amor e o prazer vem com o tempo e é um processo árduo e vagaroso, exige muito suor, muita paciencia e compreensão, como qualquer outra construção, ele deve ser construído, tijolo a tijolo, fundação primeiro, o flerte, a amizade, valores essenciais para que o resto da construção seja segura, e a estrutura seja firme, afinal ela deve resistir as tempestades. A confiança com uma boa base se torna mutua e a verdade será compartilhada, a real verdade. São valores primários a uma relação, e primordiais para o nascimento de laços maiores e concretos, sem eles as relações se tornam rasas e distantes demais, e é isso o que nos causa a sensação de estarmos sós, mesmo tendo mais 6 bilhoes de pessoas ao nosso redor.

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